Por estes dias, todos parecem estar muito interessados em duas coisas, quem foi o culpado da crise que vivemos, e como sair dela o mais depressa possível.
Se a primeira reflecte um pouco o nosso desejo de ver os culpados pagar pelos seus erros, o que no caso é altamente improvável uma vez que são tantos e tão poderosos, já a segunda reflecte o nosso espírito sonhador, e a confiança de que algum iluminado há-de encontrar a fórmula mágica que nos livre do papão.
É no entanto tão vã como a primeira, pois parece mais que certo que veio para ficar. O único remédio é tentar tirar o melhor partido possível das oportunidades que sempre surgem nestas alturas.
A meu ver, no entanto, a questão que mais deve preocupar é saber o que ficará depois da crise. E os riscos são mais que muitos. A imberbe consciência ambiental que começava a crescer nos últimos anos e dava alguma esperança de podermos reverter a catástrofe ambiental que aí vem, será agora a ser encarada como um luxo ruinoso em que poucos parecem atrever-se a apostar.
A meu ver, no entanto, a questão que mais deve preocupar é saber o que ficará depois da crise. E os riscos são mais que muitos. A imberbe consciência ambiental que começava a crescer nos últimos anos e dava alguma esperança de podermos reverter a catástrofe ambiental que aí vem, será agora a ser encarada como um luxo ruinoso em que poucos parecem atrever-se a apostar.
As tímidas iniciativas que os países mais poderosos começavam a ter no sentido de fazer do futuro do planeta um preocupação nacional, são, em tempo de aperto de cinto, algo que dificilmente dará votos.
Se as crises são como as marés, que tanto chegam sem que se possa fazer grande coisa para as evitar como hão-de inevitavelmente passar, ainda que não façamos grande coisa para isso, esta veio em altura particularmente má.
Não tenho propriamente dúvidas de que irá passar, o problema é saber se com os anos perdidos nesta trapalhada, que não tenham dúvidas vai durar alguns, ainda iremos a tempo de evitar a verdadeira crise que virá mais tarde, a ambiental.
Um comentário:
Caríssimo,
Concordo plenamente com a sua análise, contudo cabe-me salientar o seguinte:
Na actual conjuntura, não me parece que seja preocupante a questão de quem toma conta do ambiente, uma vez que as pessoas que o faziam vão continuar a fazê-lo. Os "ambientalistas" ou serão os "ambientistas", uma vez que se adaptam fácilmente a todos os ambientes, sejam eles de crise ou de prosperidade irão concerteza tomar o papel de bastiões da consciência humana, como aliás já se viu esta semana quando acorrentaram um navio de pesca ao porto (penso que de Aveiro).
Penso, no entanto que a crise será na sua essência boa, para que tudo volte a ser como antes do "boom" louco de consumismo que surgiu nos finais do século passado. Ou seja: Volta na volta o Mundo dá uma volta.
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